Sapo nada na lagoa,
enquanto Urubu voa...
Este espaço foi criado para expressar opiniões sobre filosofia, cinema, poesia, literatura, fotografia, viagens e outros tantos assuntos que me interessam... eventualmente atualizado. Caso sinta-se estimulado por algum assunto, post ou imagem, comente, participe, ficarei muito satisfeito. Abraços
Se dás valor ao que escreves...
escreve em folhas de rascunho
num guardanapo de papel
nas costas de uma receita
na agenda do ano passado
Se dás valor ao que escreves...
queima depois de ler
observa tuas palavras
ao vento levadas
pela fumaça
Se dás valor ao que escreves...
esquece no fundo de uma gaveta
perde em meio aos recibos
deixa dentro de um livro
mas não marca o X
até que alguém
o tesouro encontre
Toda vez que
me disponho a escrever sobre uma obra, não tenho a pretensão de fazer uma
análise crítica, no sentido mais restrito, muito menos negativa, não perco meu
tempo depreciando o trabalho que não teria competência para fazê-lo.
Portanto o que apresento aqui sobre o filme “Eduardo e Mônica" vem
carregado de emoções e sentimentos que afloraram após 36 anos. Eu já era mais
velho que o personagem do Renato, mas compartilhava com ele a leve brisa com
frescor de liberdade que soprava logo em seguida a eleição do Tancredo. Vivia,
também, um grande amor e a promessa de que seria pra sempre. Já não andava de
magrela, mas pilotava uma moto, não tão estilosa quanto a da Mônica.
Frequentava as danceterias e curtia a trilha sonora do filme, principalmente
Legião, o que faço até hoje. Já lia poesia e muita literatura, mas vez ou outra
ficava de recuperação como o Eduardo. Nunca aprendi a falar inglês, muito menos
alemão, mas passei duas horas com água nos olhos revivendo uma ótima parte da
minha vida ao acompanhar a improvável história de amor dessa dupla eternizada
na canção da Legião. E é isso que o filme me apresentou: a aceitação do
diferente, o amor improvável que dá sentido à vida. Uma produção competente,
rica nos detalhes, boas atuações que nos entrega um final feliz, tão necessário
em tempos tão sombrios e de tanta desesperança.
Quando a morte chegar
Que venha de azul ou vermelho
Pretinho básico cai bem em festa chique
Não num encontro coloquial
Quando a morte chegar
Que venha sorrindo
Tal qual uma velha amiga
Num encontro casual