sábado, 11 de julho de 2015

Dor

A Dor que doí
é a dor de cada um.
Só eu sei, só eu sinto...

Tal qual o frio,
que enregela as mãos
e endurece o coração.



quarta-feira, 8 de julho de 2015

domingo, 5 de julho de 2015

Margot

Até a pouco tempo atrás, viveu em uma pequena cidade do interior do estado de São Paulo, uma mulher com muitos talentos. Mas talvez o mais impressionante deles fosse o que se expressava através da música e da preocupação com o meio ambiente e os menos afortunados. Ela era uma espécie de Flautista de Hamelin às  avessas, pois ajudava e orientava órfãs ensinando-lhes sobre responsabilidade, respeito, perseverança e exercitavam a sensibilidade, enquanto aprendiam a confeccionar flautas de bambu, com muito capricho.
Ensinava, também, a qualquer um que demonstrasse interesse em aprender esta arte tão peculiar e surpreendia aos animados discípulos, que ao final não tinham somente uma caprichada e afinada flauta de bambu, mas sim uma lição de perseverança, dedicação, amor e sensibilidade.
Esta foi sua postura até nos deixar.
Em uma oportunidade tive o privilégio de acompanhar uma de suas oficinas. Ao confeccionar as flautas de bambu, era extremamente rigorosa e perfeccionista, acompanhando, desde a coleta do bambu, até a confecção de cada um dos orifícios e embocaduras, que eram exaustivamente afinadas a cada nota que era criada. Nada alem do melhor era aceitável.
Apesar de sua avançada idade, era sempre a primeira a chegar e a última a terminar, demonstrado empenho e dedicação.
Agradeço aos seus filhos, genros e netos, meus amigos, por proporcionarem a oportunidade de conhecer e conviver com uma pessoa tão especial.
... e obrigado Margot, por ter dividido um pouquinho de seu talento e nos mostrado que, com pequenos gestos, dedicação e perseverança, é sim possível mudar a realidade.



Margot Sylvia Wirth e Gilson Horácio. Curso confecção de flautas de bambu. Faz. Palmeira.