quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Eduardo e Mônica


Toda vez que me disponho a escrever sobre uma obra, não tenho a pretensão de fazer uma análise crítica, no sentido mais restrito, muito menos negativa, não perco meu tempo depreciando o trabalho que não teria competência para fazê-lo. Portanto o que apresento aqui sobre o filme “Eduardo e Mônica" vem carregado de emoções e sentimentos que afloraram após 36 anos. Eu já era mais velho que o personagem do Renato, mas compartilhava com ele a leve brisa com frescor de liberdade que soprava logo em seguida a eleição do Tancredo. Vivia, também, um grande amor e a promessa de que seria pra sempre. Já não andava de magrela, mas pilotava uma moto, não tão estilosa quanto a da Mônica. Frequentava as danceterias e curtia a trilha sonora do filme, principalmente Legião, o que faço até hoje. Já lia poesia e muita literatura, mas vez ou outra ficava de recuperação como o Eduardo. Nunca aprendi a falar inglês, muito menos alemão, mas passei duas horas com água nos olhos revivendo uma ótima parte da minha vida ao acompanhar a improvável história de amor dessa dupla eternizada na canção da Legião. E é isso que o filme me apresentou: a aceitação do diferente, o amor improvável que dá sentido à vida. Uma produção competente, rica nos detalhes, boas atuações que nos entrega um final feliz, tão necessário em tempos tão sombrios e de tanta desesperança.