sábado, 29 de março de 2014

Indago...

Sabes o que é isto?
Um coração que explode
e as pétalas caem-lhe aos pés.
Maior que o infinito,
redundante...
Linguagem que só poetas entendem
e nem aos filósofos é dado.

Sabes o que sinto?
Não sinto, transbordo...
invado vidas e fatos,
transfiro, transmuto, refaço
e agora... desisto ou recomeço?






terça-feira, 25 de março de 2014

quinta-feira, 20 de março de 2014

sábado, 15 de março de 2014

London, Londrina

Giselle é um ballet essencialmente clássico, baseado em uma história romântica, recheado de maldições, espectros e amores impossíveis. Giselle a personagem titulo, vivida no palco por pela fantástica Natalia Osipova, é uma camponesa de uma inocência cândida, que é enganada e se apaixona por Albrecht (Carlos Acosta), nobre que se faz passar por camponês. Ao descobrir a farsa e que seu amado esta compromissado com outra, esta também de linhagem nobre, não suporta e morre, fim do primeiro ato.
No segundo ato,  Albrecht descobre-se verdadeiramente apaixonado por Giselle e arrependido de te-la enganado. Ao visitar o túmulo da amada no ceio da floresta acaba por cair vítima das Willis, espíritos vingativos das moças que morreram antes de se casar(?), que levam suas vítimas a morrer de exaustão. Neste momento o espírito de Giselle reaparece e perdoa seu amado salvando-o da morte.
É um ótimo espetáculo, principalmente por representar a essência do ballet e exigir apurada técnica dos bailarinos, mas o mais surpreendente talvez seja, em uma produção britânica (The Royal Ballet) encontrar uma primeira bailarina russa, um protagonista cubano e um corpo de baile com bailarinos de todos os cantos do mundo e das mais variadas etnias reapresentando um ballet que foi montado pela primeira vez em Paris, no ano de 1840, e ainda, podermos assistir ao espetáculo em uma cidade do interior do Brasil, simultaneamente aos espectadores do Royal Opera House.
 O que leva a questão: o que Adorno e Benjamin achariam disso? 


quinta-feira, 13 de março de 2014

Bisbilhotice

Uma estrela espiou pela janela.
Que queria ela?
Saber da minha vida?
Que atrevida...




domingo, 9 de março de 2014

"O Perfume" e as Relações Afetivas

No filme "O Perfume, A História de um Assassino", dirigido por Ton Tykwer e baseado no romance homônimo do alemão Patrick Süskind, Jean-Baptiste Grenouille nasce em meio à confusão generalizada de um mercado de peixe na França pré-revolução, sendo imediatamente rejeitado pela mãe e deixado para morrer entre vísceras putrefatas.
Não era a primeira vez que ela assim procedia. Outros bebês já haviam sido jogados ao rio em meio à sujeira do mercado. Mas Jean-Baptiste resolve agarrar-se à vida e, assim, condena sua mãe à morte. Começo inusitado que nos leva por uma história não menos inusitada.
Jean-Baptiste tem algumas particularidades, não exala cheiro mas consegue distinguir distintamente propriedades de todos os aromas que percebe. Assim passa a se relacionar com o mundo através de sua fantástica sensibilidade olfativa. Quando descobre que pode manipular os aromas e com isso afetar as pessoas, torna-se obcecado por encontrar uma essência que poderá lhe proporcionar o controle sobre o mundo que o cerca.
A psicóloga e professora Raphaële Miljkovitch, em seu livro "Os Fundamentos da Relação Afetiva", explora a tese de Blowbly e apresenta pesquisa de campo onde reafirma a importância do primeiro contato afetivo do bebê com os pais, ou com outro que lhe seja responsável, a quem ela chama de "objeto de apego" e que acaba por influenciar potencialmente os relacionamentos futuros do indivíduo. A tese reforça a história de Jean-Baptiste. A imediata rejeição por parte da mãe, seu "objeto de apego" e as rejeições posteriores, pois as pessoas sentem-se incomodadas por ele não exalar cheiro, parecem conduzir o destino do personagem que, levado por sua obsessão não consegue resistir a seus impulsos, assassinando mulheres e animais como se colhesse flores. Às vezes com a mesma delicadeza.
É estranho, mas fica difícil sentir raiva de Jean-Batiste, interpretado com excelência por Ben Whishaw, parece não haver maldade em seus atos, simplesmente uma curiosidade obstinada e apática em encontrar sua essência.