segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Fome

Carne tenra, macia
convida a cravar os dentes,
suave mente, pois
a fome à matar,
não é do corpo,
e sim da mente.


sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos

The irony of watching a movie about greed and how power corrupts, made by a corrupt director that took a oliphant-sized dump on everything he once stood for. Peter Jackson, you said that you love Tolkien's legacy, but clearly you love money more.
From decapitated uruks shedding no blood to lower the rating of the movie to shoehorning a scene that could only be written by a teenager, whom only experienced the story from the horrible video games, probably the same genius that designed the most of the "special" troops that can only be described as mid bosses from a video game.
You managed to make an militia of fishermen fight against an army of armored uruk hai and kill trolls like they are made of paper-mache.
You made a dwarf not only ride a armored pig into war, you also made said dwarf headbutt helmeted uruk hai.
You made a battle so long that the touching ending tastes bland.
You spat on everything that Ewoyn is by making fisherman wives fight.
Hell, you even put a Asian actor in a world based on Medieval Europe just to appease some sort of bullshit quota.
I'm not even going to talk about the big issues, I went to see your movie accepting that it wasn't an adaptation of The Hobbit. It was the details that you either overlooked or butcher made the movie painful to watch.
Congratulations, you made the first movie that made me fell bad by watching, I just wanted it to end. Now I have to write this rant to quell my mind.
Fuck you, you money-grabbing neckbeard, you made Tolkien's legacy into the new Star Wars
Pablo K. Fernandes
* Em princípio este era para ser um blog pessoal, mas resolvi  abri-lo para quem tiver alguma publicação interessante e relevante.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Moinho

Tenho esquecido, mais que aprendido;
tenho criado, mais que lembrado.

À tona veio um guri,
perdido estava a muito.
Tem tomado sorvete
e feito bagunça.

Mas ainda é tímido,
aparece quando estou sozinho.
Me abandona quando
estou no moinho.



quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Live and Let Live

Todos temos sonhos, grandes ou pequenos, e alguns são difíceis de realizar. As vezes por não termos tempo ou dinheiro, ou ainda, por dependerem de fatores que não estão em nossas mãos. 
Eu tenho um baú. Um baú imaginário. Nele venho guardando vários sonhos e projetos que, ou estão amadurecendo ou apenas pegando poeira. Mas, volta e meia, consigo sacar um deles do baú. Quando isto acontece, nem sempre a realização é tão satisfatória quanto a imaginei. Mas algumas vezes, ele corresponde perfeitamente a imaginação ou até a supera. No último domingo, retirei um dos que estava mais no fundo, gasto, arranhado e empoeirado. Mas a espera mostrou-se compensadora. Durante três horas tive o privilégio, junto com outras 45000 pessoas, de assistir o ex Beatles Paul McCartney interpretar canções de uma carreira de mais de cinquenta anos. Mesmo de baixo de chuva, que atingia parte dos fãs. Ninguém reclamou por ter que ficar até o fim dos dois bis que Sir James Paul McCartney foi obrigado a executar.
Valeu pela companhia Larissa e Janice (autora do vídeo).
De quebra ainda conheci novas pessoas. Abraços a Bruna de Curitiba e ao Arthur de Campo Grande.






segunda-feira, 17 de novembro de 2014

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

sábado, 1 de novembro de 2014

O Doce Sabor da Decepção

Como foi difícil livrar-me de ti.
Como tatuagem, psoríase, lepra.
Como foi difícil livrar-me de ti.

Entranhada em meus pelos,
embaixo das unhas,
sob a minha pele.

Sabão de enxofre,
antisséptico bucal,
creolina, clorofina,
solvente, terebentina,
muito banho com bucha.
Ah, como foi difícil...




quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Short History

Clóvis acabara mais uma refeição solitária no restaurante chinês da esquina. Como de costume pediu um chá de jasmim e um biscoito da sorte.
Tomou um gole do chá  e abriu a embalagem do biscoito. Notou que estava diferente, o fornecedor devia ser novo. Antes a embalagem era um envelope plástico parecido com os saquinhos de mostarda e ketchup. Este vinha embrulhado em papel de seda, amarrado com uma fina fita dourada. Muito mais simpático. Devia ter algo a ver com a atitude ecologicamente correta.
Ao abrir o biscoito notou um leve flash de luz. Atribuiu ao reflexo da luz na pequena tira de papel que estava no interior do biscoito.
Para sua surpresa a inscrição da pequena tira de papel nada tinha em comum com as frases manjadas que costumavam vir nas vezes anteriores. Nem mesmo as seis dezenas grafadas no verso do papel, como palpite para jogar na mega, estavam lá.
Dizia simplesmente: "Faça um pedido e ele se realizará".
Achou aquilo estranho mas resolveu levar na brincadeira.
Já fazia um bom tempo que havia se divorciado e já estava ficando cansado de ficar só, mas não encontrava ninguém que lhe despertasse a atenção. Nos encontros o interesse pelo par raramente resistia ao segundo chopp.
Resolveu pedir: "gostaria de voltar a amar e encontrar alguém que me ame".
Pediu a conta e guardou o papelzinho no bolso por hábito. Pagou e deixo um pequeno agrado para o garçom, que já o tratava como amigo.
Dirigiu-se à porta, mas teve que esperar por um casal que passava a sua frente.
Ao chegar a calçada percebeu que o homem havia deixado cair a carteira. Imediatamente apanho-a e chamou-o.
O casal deu meia-volta e os olhos de Clóvis encontraram com os de Samanta.
Ele ficou sem fala, ela era linda, tinha os olhos de um azul violeta, ou era efeito das lâmpadas de vapor de mercúrio, pernas torneadas e uma saia curta sem chegar a ser vulgar, saltos altos e muito finos.
Voltou a si com a mão de Renato em seu ombro. Se ele notou sua confusão, não demonstrou.
Clóvis gaguejou: Tua carteira, deve ter caído...
Renato agradeceu, apanho a carteira, apresentou-se e apresentou Samanta.
O nome nunca mais sairia da sua cabeça.
Renato fez questão de retribuir. Convido-o para um happy hour no dia seguinte, por sua conta. Clóvis, interessado em não perder o contato com Samanta, aceitou.
Ele ainda segurava a mão de Samanta, prorrogando  o cumprimento com a conivência dela, mais por displicência e indiferença, do que por interesse.
No dia seguinte, conforme combinado, encontraram-se e ele teve que admitir que Renato era espirituoso e agradável. Combinaram outros encontros e até um jantar no apartamento de Renato.
Oportunidade que Clóvis secretamente desejava. Sentia-se um canalha, mas o que fazer? Desejava desesperadamente a mulher do amigo.
Durante o jantar, fez o que pode para chamar a atenção de Samanta. Mas ela parecia desinteressada nos assuntos do marido e do amigo. Não foi mais do que formalmente gentil e quando teve a chance, retirou-se deixando os dois a conversar.
Mesmo assim manteve a amizade com Renato na esperança de que, em algum momento, algo mudasse ou encontrasse uma maneira de declarar-se para ela.
Vários foram os encontros, mas a situação permanecia a mesma.
Já estava desanimado, mas, ao mesmo tempo, a amizade com Renato ficava cada dia mais sólida.
Em uma tarde quente, Renato liga para Clóvis e o intima a encontrar-se com ele após o trabalho. Tinha tomado uma decisão queria a opinião do amigo.
Encontraram-se no mesmo bar de sempre. Renato pediu dois chopps e com um ar constrangido falou que estava separando-se de Samanta. Seu casamento já não andava bem das pernas a algum tempo.
Clóvis sentiu um misto de tristeza e alegria. Teria uma chance com Samanta agora?
Para manter a conversa, Clóvis pergunta-lhe a razão de ter tomado a decisão naquele momento.
Renado diz que apaixonou-se por outra pessoa.

Olha nos olhos do amigo e pega-lhe a mão.

(Este foi meu primeiro conto)

domingo, 19 de outubro de 2014

Ponce de León

Tu és jovem e linda,
tens viço e ternura.

Eu, cansado, um pouco amargo.
Trago calos e cicatrizes,
magoas e muitas dores,
marcas de muitos matizes.

Beber em tua fonte me revigora,
mas o que terás em troca?
Cântaro seco,
ou vinho azedo?




domingo, 5 de outubro de 2014

A Paixão e a perda da Autonomia

É interessante observar um casal apaixonado. A forma como abdicam da própria autonomia em prol da vontade do outro impressiona quem não está sob o efeito desta droga formidável.
Kant  responsabiliza a preguiça e a covardia pela submissão da vontade do indivíduo. Não se ateve a este caso em que, voluntariamente, este entrega a direção da sua vontade a outro, e na maioria das vezes, mutuamente.
É claro que Kant não estava preocupado com isto.
Mas é uma força poderosa e instintiva que, talvez tenha a função de perpetuação da espécie, mas quando descontrolada, pode levar a ruína e destruição como tenta alertar-nos Eurípides em sua tragédia, onde a paixão renegada de Medéia leva-a vingança contra o amado e a destruição de tudo que lhe era mais caro.


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Imortalidade

Este ano não comemorei aniversário.
Creio que perdi o medo da morte.
Assim nos tornamos imortais...



quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Encontro (sem F.B.)

Sempre busquei a poesia.
Em tudo que eu via,
em tudo que lia,
na forma como vivia.

Um dia, a poesia me encontrou...



sábado, 6 de setembro de 2014

Pensar

Pensamento Deserto;
Pensamento Canteiro;
Pensamento Pântano;
Pensamento Poço;
Pensamento Floreira;
Pensamento Plano;
Pensamento Vértice;
Pensamento Parábola;
Pensamento Fechado;
Pensamento Aberto;
Pensamento Flexível;
Pensamento Puro;
Pensamento Lindo;
Pensamento Torto;
Pensamento Sujo;
Pensamento...



sábado, 23 de agosto de 2014

949 Somerset Ave, Brown City

Em um dia sombrio.
Em uma casa quieta.
Em uma cidade marrom.

Cinquenta anos passam.
Cinquenta lembranças ficam.
O tempo não retrocede.




quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Inquietação

Samuel Butler, escritor britânico que viveu no século 19, escreveu: "Todos os animais, com exceção do homem, sabem que o principal objetivo da vida é usufruí-la".
É engraçado como nossa mente funciona. Ao ler este aforisma recordei-me de uma linda canção composta por Renato Teixeira e Almir Sater que se chama "Tocando em frente", e em um relance percebi que a resposta para muitas das perguntas existencialistas ou metafísicas do ser humano podem ser satisfeitas por uma poesia singela e uma canção despretensiosa. Assim, por um instante, acalmar a alma e trazer-nos paz e conforto. 
Só como exemplo, encontramos na letra a ciência de nossa ignorância (Sócrates) e a potencialidade do homem a felicidade (Aristóteles). Escute você e faça a sua leitura, ou só deleite-se...     




Renato Teixeira e Almir Sater

Ando devagar por que já tive pressa 
E levo esse sorriso por que já chorei demais 
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe,
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Nada sei. 

Conhecer as manhas e as manhãs, 
O sabor das massas e das maçãs, 
É preciso amor pra poder pulsar, 
É preciso paz pra poder sorrir, 
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja simplesmente 
Compreender a marcha e ir tocando em frente 
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou. 

Conhecer as manhas e as manhãs, 
O sabor das massas e das maçãs, 
É preciso amor pra poder pulsar, 
É preciso paz pra poder sorrir, 
É preciso a chuva para florir.

Todo mundo ama um dia todo mundo chora, 
Um dia a gente chega, no outro vai embora 
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz 
E ser feliz.

Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir, 
É preciso a chuva para florir.

Ando devagar porque já tive pressa 
E levo esse sorriso porque já chorei demais 
Cada um de nós compõe a sua história, 
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Winnipeg BBQ & Blues Festival 2014

Oito horas de música da melhor qualidade. Winnipeg BBQ & Blues Festival é um festival, pode se dizer, acanhado. A platéia, em sua maioria, já passou dos trinta anos mas é muito empolgada e não arreda pé até o último show. Até por que a qualidade dos músicos convidados para o festival é especial. Começando pelo último show do festival, tive o privilégio de assistir ao fantástico guitarrista e compositor Robert Cray, que com sua banda impediu que a platéia deixasse o local antes do último acorde, com direito a bis...
O show de Big Dave McLean (músico canadense) empolgou a todos e, além dos músicos consagrados, tivemos oportunidade de conhecer novos nomes despontando no cenário do blues, assim como Romi Mayes (nativa de Winnipeg) e os espirituosos The Harpoonist and Axe Murderer.

* Infelizmente havia perdido minha câmera neste dia, tive que usar uma emprestada, mas já a recuperei. Segue uma pequena amostra do que foi o festival. Enjoy! 
Ainda: agradeço a paciência do meu filho, que curte metal e me acompanhou nesta jornada. Valeu.































terça-feira, 5 de agosto de 2014

4° Festival de Blues de Londrina

É um privilégio poder assistir uma das melhores (senão a melhor) Banda de Blues do sul do pais, ainda mais com uma canja fantástica do Blues Man JJ Jackson nascido no Arkansas, USA. Parabéns Kiko. Parabéns Acústico Blues Trio e a grande figura JJ Jackson.




                                                          Acústico Blues Trio











domingo, 20 de julho de 2014

Rubem Alves

Um grande amigo,
que não me conhecia,
mas sabia o que eu sentia.

Até a próxima...





sábado, 19 de julho de 2014

Porcos e Homens

Não seria eu a discordar de Aristóteles. Vivendo na Pólis, somos seres políticos.
Em minha juventude tive a sorte de conhecer D. Inah Pereira Ferreira, professora aposentada e responsável pela biblioteca da associação dos professores de Pelotas, que  além de grande amiga, tornou-se mentora, orientando minhas leituras.
Um dos autores que me foi apresentado por ela e que causou um profundo impacto foi George Orwell. O Grande Irmão do visionário "1984" e o fantástico “A Revolução dos Bichos”, principalmente.

Poucos dias atrás fui surpreendido com uma notícia veiculada nos jornais: ativistas de movimentos sociais (autênticos ou não) foram presos, previamente, como forma de evitar possíveis manifestações que poderiam atrapalhar o sucesso de um evento internacional que ocorria no pais. 
Justifico meu estranhamento. 
Tenho a idade do golpe militar. Quando criança, percebia uma sombra mal definida nas conversas políticas dos adultos. Mas desde que passei a ter ciência da situação não me lembro de me deparar com notícia parecida. O que impressiona é que já não consigo distinguir entre “Porcos e Homens”...


terça-feira, 15 de julho de 2014

Busca

O que esperas encontrar,
saltando abismos de escuridão,
saltando abismos de solidão.

Sinto uma saudade imensa
do que não vivi contigo.

Um amor tão grande
que sente tua falta
antes mesmo de partires.



sábado, 5 de julho de 2014

Parceiro

Quando falo com Deus,
Ele brinca, zomba, tripudia.
E eu, às vezes preocupado,
exclamo: meu Deus!
A que Ele responde gracejante:
Quem? Eu?
E sorri matreiramente...

Somos próximos,
bem chegados.
Ele sempre sabe o que sinto,
como se eu fosse transparente.

Às minhas angústias e preocupações,
cochicha em meu ouvido:
espera, paciência, vai passar.
Sorri e continuamos a andar.


quinta-feira, 3 de julho de 2014

Orfeu

Por que não me fiz mouco?
Quis conhecer tua'lma.
Segredos profundos e sombrios.
Porões, cantos escuros, todos temos.

Levar luz as trevas.
Olhar pela janela dos teus olhos.
Sondar o pântano das emoções.

Conhecer e aceitar é dado a poucos.
Desvelar e encarar sem perecer.
Rasga-me o peito e toma-me o coração.



sábado, 28 de junho de 2014

Grécia , Filosofia e Futebol

O assunto do momento é Copa do Mundo. E o que isso tem haver com filosofia? Talvez o fato da Grécia estar classificada para as oitavas de final...
Mas outros fatos chamam a atenção. Já na primeira partida houve um lance onde o juiz foi induzido ao erro pela simulação de um dos jogadores brasileiros. Certo, trata-se de uma partida de futebol e "isso faz parte do jogo", mas a relevância aumenta quando isso é transmitido para o planeta inteiro e o comentário dos especialistas exalta a atitude como um ato de esperteza.
Em outra partida um jogador, em um momento de desequilíbrio emocional, aplica uma mordida no ombro do adversário. Ação injustificável, mas, considerando nossa condição humana, compreensível. O que é difícil de aceitar é que o chefe da nação a qual o jogador "mordedor" representa trata-lo como um herói nacional. Afinal seu ato pode ter comprometido o futuro da sua equipe, além de ser repreensível.
Culturalmente a mensagem que fica é: quando algo importante está em jogo, qualquer artifício é válido para vencer. Pela força das imagens e pelo calor das emoções, subliminarmente passamos a aceitar tais atitudes. Posteriormente recorremos ao exemplo quando necessitamos justificar-nos em uma situação parecida, isto é, de disputa.

Tudo bem, trata-se apenas de uma partida de futebol e nenhuma vida está em risco. Mas o exemplo permanece.


domingo, 15 de junho de 2014

Promessa

Te esperaria todas as noites
com uma taça de vinho,
uma sopa quentinha.

Um solo de violoncelo,
um abraço apertado
e um beijo molhado.



domingo, 8 de junho de 2014

Esfinge

Somente para quem tem olhos
pra ver que a chama está acesa
o mundo é uma grande interrogação.
Responda quem quiser.
Prefiro continuar perguntando...




quarta-feira, 4 de junho de 2014

sexta-feira, 23 de maio de 2014

À Deriva

Toda a convicção não se sustenta!
Afinal, Heráclito estava certo, somente existe o "Devir".
O mundo encontra-se em constante transformação.
Mergulhado no oceano do Universo, banhados pela Via Láctea, nunca ocupamos o mesmo lugar no firmamento.
Viajando através do espaço, rumo a um destino ignorado.
Difícil lidar com a ideia. 
Faz sentido a necessidade do ser humano em desvendar o seu futuro. I ching, tarô, horóscopo, tentativas de encontrar no caos, uma direção.
Não seria mais sensato olhar para nosso interior e tentar encontrar a nós mesmos?



domingo, 18 de maio de 2014

terça-feira, 13 de maio de 2014

domingo, 11 de maio de 2014

Amyr

Recordo uma história que ouvi, relato da forma que lembro, mas serve para ilustrar o que pretendo expor.
Dizem que em uma viagem a Portugal a escritora Rachel de Queiroz já conhecida, pois publicava desde os 19 anos, conseguiu agendar uma entrevista com Fernando Pessoa, de quem era admiradora e sabia que Pessoa também nutria admiração por sua obra. Eufórica, Rachel preparou-se para o encontro, mas horas antes, recebeu um recado do poeta lusitano com os seguintes dizeres: "Desculpe mas prefiro não encontra-la, nunca gostei de um escritor que tenha conhecido".
Compreendo a decepção de Rachel, mas entendo a precaução de Pessoa.
Costumo ter a mesma sensação. Uma vez isto também me ocorreu. 
Costumava seguir a coluna de um conhecido escritor em um jornal de circulação regional. Através de sua prosa viajava para lugares e partilhava emoções que me eram caras. Tinha grande admiração pela obra do escritor até conhecê-lo.
Quando a oportunidade apareceu, decepção: era um baita chato. 
Nunca mais consegui ler sua coluna ou seus livros. Pena...
A maioria dos ídolos que persistem, morreram antes de decepcionar-nos. Marilyn, James Dean, Ayrton Senna, Che Guevara, se vivessem o bastante, talvez não os admirássemos tanto. Fidel participou da mesma luta ao lado de Che e não vejo tantas camisetas com fotos dele, pelo menos fora de Cuba.
Mas as regras existem pelas exceções.
Mais uma vez tive a oportunidade de assistir a uma palestra com o navegador Amyr Klink. Acompanho seus feitos desde a travessia do Atlântico em um barco a remo.
Considero-o como um modelo de "homem sábio".
Sábio por sua coerência, a determinação em viver conforme suas palavras, um mapa para suas atitudes.  Uma incrível percepção da realidade ao seu redor, das limitações do ambiente e capacidade para resolver problemas complexos por meio de soluções simples.
Assim como nos escritos do filósofo Henry Thoreau. Em suas obras procuro alento e orientação para as situações em que me encontro confuso ou desorientado e nunca me decepcionei.
Em passagens que falam em enfrentar vagas de metros de altura no lugar de se submeter a calmarias ou das caminhadas pelas inóspitas florestas as margens do lago Walden sempre se encontra a experiência que orienta, qual um farol, o caminho do navegador ou do caminhante.

Afinal, esta vida é uma viagem, não?