quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Cardio patia*

Mandei cortar-lhe a cabeça
Insolente, esse demente.
Quem ele pensa, se pensa
Intrometer-se na vida,
Nos sonhos, desejos escondidos
Banidos ou esquecidos.
Quem dera gostar bastasse
E assim cessasse de bater






* licença poética

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Natal 2017

COISAS A DESEJAR

Caminha placidamente por entre o ruído e a pressa, e lembra-te da paz que existe no silêncio. Tenta, na medida do possível, estar de bem com todos. Exprime a tua verdade com tranquilidade e clareza. Escuta quem te rodeia, inclusive as pessoas desinteressantes e incultas; também elas têm uma história para contar. Evita gente conflituosa e agressiva que tanto mal faz ao espírito. Se te comparares com os outros poderás tornar-te amargo ou arrogante, pois haverá sempre alguém melhor e pior que tu. Regozija-te com as tuas conquistas e os teus projectos. Mantém vivo o interesse pela tua carreira por mais humilde que seja; é um verdadeiro bem, nesta época de constante mudança. Sê prudente nos teus negócios – o mundo está cheio de armadilhas. Mas não feches os olhos à virtude que existe em teu redor, nem às pessoas que defendem os seus ideais e lutam por valores mais altos – a vida está cheia de heroísmo. Sê tu próprio. Acima de tudo, não sejas falso, nem cínico em relação ao amor que, face a tanta aridez e desencanto, se mantêm perene como uma haste de erva. Aceita com serenidade a passagem do tempo, sabendo deixar graciosamente para trás as coisas da juventude. Cultiva a força de espírito, para te protegeres de azares inesperados. Mas não te atormentes a imaginar o pior. Muitos medos nascem do cansaço e da solidão. Mantém uma autodisciplina saudável mas sê benevolente contigo mesmo. És um filho do Universo, como as árvores e as estrelas. Tens todo o direito ao teu lugar no mundo. Poderá não ser claro para ti, mas a verdade é que o Universo está a evoluir como previsto. É importante, assim, que estejas em paz com Deus, seja qual for a tua concepção d’Ele, e em paz com a tua alma, sejam quais forem os teus anseios e aspirações no ruidoso tumulto da vida. Apesar de todos os enganos, dificuldades e desilusões, vivemos num mundo bonito. Alegra-te. Luta pela tua felicidade.

Desiderata 1927  Max Hermann


sexta-feira, 10 de novembro de 2017

sábado, 28 de outubro de 2017

domingo, 15 de outubro de 2017

Pleno

Não sei qual a maior satisfação...
o acre da fumaça,
o amargo quente da cuia
ou o doce suave do cálice.

A fumaça é plena de esperança.
O amargo lembra a sabedoria
que vem com a experiência.
O doce suave promete noites
de aconchego e satisfação.





domingo, 24 de setembro de 2017

Alma

Longe de ti
talvez seja o lugar.
Longe de ti
talvez eu fique em paz.

Teu corpo em minhas mãos
teu cheiro em minhas narinas
teu sabor em minha lingua

mas tua alma,
nunca foi minha



sábado, 9 de setembro de 2017

Vinho

Bebida sexy,
só tirar a rolha,
em seu cálice
abre-se em pernas.

Vermelhos, rubros
na borda da taça
à espera de outros lábios,
línguas sedentas.





segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Carta a uma jovem

Você está na idade das descobertas (se bem que existirão coisas para descobrir quando você tiver 50), e decisões, regadas a muita paixão. Com o espírito sensível que tens, já percebeste a dualidade da vida. Mais ou menos como andar no fio de uma navalha (muito dramático?), equilibrar-se em um slackline. Qual caminho seguir? Fazer ou deixar para lá? Brincadeiras que parecem sérias e compromissos que não parecem de verdade... Sempre haverá perdas e ganhos e, provavelmente, é quase impossível afirmar que tomamos a decisão certa ou errada. Para isso teríamos que ter o poder de  viver duas vidas ou começarmos uma fase novamente, assim como nos games. Infelizmente não é possível.
Meu conselho, por mais piegas que possa parecer: Leia muito, nada supera a leitura como base para alicerçar boas decisões, reflita sempre, nunca tome uma decisão importante em um momento de raiva. Pondere e no final, escute seu coração.

Beijo


quarta-feira, 30 de agosto de 2017

quarta-feira, 23 de agosto de 2017


"A vida, às vezes é uma grande prisão, às vezes um imenso picadeiro. Nunca se envergonhe do que tiver que fazer para sobreviver."

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Sutilezas


Expressão de menina
travessa
Brilho nos olhos
de loba
Sorriso fácil de 
fêmea
Abraço terno 
de amiga


segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Efemeridade

Queria que fosses 
uma gota de orvalho
na pétala uma flor,
a borda de sal 
na taça de Margarita,
as translucidas asas
de uma formiga-rainha,
o perfume noturno 
de uma dama-da-noite,
o pouso quieto 
de um beija-flor,
assistir de perto
a erupção de um vulcão,
manteiga no focinho de um cão.




sábado, 29 de julho de 2017

domingo, 23 de julho de 2017

Menos Lêmingue, mais Leminski

Toda uma vida 
cheirando bundas.
Correndo à toa
seguindo a patroa;

saltando da borda
em pleno espaço
finalmente livre,
um segundo antes...




domingo, 9 de julho de 2017

Olhos


Telas de plasma d'alma
como espelhos
nelas reflete-se a verdade.
O merchan das mega corporações
sonhos entorpecidos e genéricos
nas pupilas, tarjas vermelhas ou pretas
lágrimas venenosas, contaminadas
dançarinas dos domingos
sonhos de ácidos, clonazepados
terapias forçadas
delírios químicos
Eco dos salões
palcos vazios




domingo, 2 de julho de 2017

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Beleza interior

Audaciosa, aproximou-se do balcão do bar, olhou-o nos olhos e perguntou se a achava bonita. Ele sustentou o olhar e respondeu: não sei, ainda não conversamos.


* dedicado à querida amiga Cláudia que me apresentou ao microconto. (primeira tentativa)

sábado, 20 de maio de 2017

Mil poemas

Nem mil poemas
fazem o tempo voltar...
O coração raso
como um lago a secar.

Mil poemas
não secam lágrimas.
Não disfarçam a tristeza,
não levam o pesar.



quarta-feira, 3 de maio de 2017

Verdades

Você mente divinamente.
Mente com certeza.
Mente porque é gente.
Mente porque precisa.

Mente para se safar.
Mente para salvar.
Mente, certamente,
mente para a sua "mente".




quarta-feira, 19 de abril de 2017

Jujuba Azul

       Ele era sempre o preterido. Tímido, ficava no fim da fila para não chamar a atenção. Não adiantava, os colegas logo o descobriam e as brincadeiras começavam. Diziam que seu cabelo era ruim, pois era espetado e de uma cor indefinida, entre o cinza e o preto. Quando nervoso, gaguejava.
       Sua mãe morrera no parto e a mulher que morava com seu pai não cuidava dele, suas unhas viviam longas e sujas, as roupas sempre amarfanhadas e rasgadas.  O pai trabalhava muito, saía cedo e voltava tarde, quase não o via. Tinha o novo irmãozinho que sua “madrasta” não deixava chegar perto “ para não passar piolho”, dizia rindo.
       O apelido nascera no dia em que a professora levara um saco de jujubas.  Todas as crianças puderam escolher algumas. Quando o pacote chegou ao fundo da sala sobravam quase que somente jujubas azuis, desprezadas por quase todos os demais. Ele acabou ficando com elas e com o apelido.
        A partir deste dia todos o chamavam de “Jujuba Azul “.
      Ele não se importava com o apelido, até gostava das jujubas. Para ele eram especiais, diferentes, com sabor sofisticado. Mas a sala se divertia caçoando dele. Na época, não se falava em bullying e os professores  não davam muita atenção para estas atitudes. Assim, apesar dos seus esforços em se enturmar, foi ficando cada dia mais isolado.
       Num dia chuvoso, depois de comer a merenda, descobriu que poderia passar o tempo do recreio na biblioteca.
      Quem tomava conta da biblioteca era uma mulher de olhar triste, calada que, ora arrumava os livros, ora estava lendo.
        Ele foi até uma prateleira e chamou-lhe a atenção uma coleção de capa dura  com ilustrações. Apanhou um deles que tinha o título “Caçadas de Pedrinho”, que havia sido escrito por um tal de Monteiro Lobato. Encontrou  uma mesa bem no canto oposto ao  da professora, que o observava por cima dos óculos enquanto lia. Ela nada falou.
     Ele leu algumas páginas até a sineta tocar. Voltou no dia seguinte e no outro e no outro. Começou a se encantar com o universo que encontrou nas páginas do livro.
       Neste tempo todo ele e a professora somente trocaram olhares, mas ela já lhe sorria algumas vezes.
       Percebendo que ele chegava ao final do livro, abriu uma gaveta e colocou um pote colorido sobre a mesa. Ao se aproximar para devolvê-lo, percebeu que o vidro estava cheio de jujubas. Ela ofereceu-lhe e ele aceitou. Ao pegar o pote notou que havia algo errado. Não existiam jujubas azuis. Perguntou-lhe o por quê.

      A professora disse-lhe que elas eram as suas preferidas. 


sexta-feira, 14 de abril de 2017

domingo, 2 de abril de 2017

Desapego

    Tânia abriu o guarda-roupa e seus olhos foram atraídos pelo velho casaco. Todo início da estação fria era a mesma coisa, tirava-o do fundo do armário e levava à lavanderia.
     Mas desta vez era diferente, ao lado dele, exigindo mais espaço, encontrava-se um casaco novinho, ainda com as etiquetas da loja penduradas, numa cor mais vistosa e com corte mais moderno. Tânia não podia perder a oportunidade. O bazar da igreja tinha vindo na hora certa, estavam recolhendo doações, e ainda poderia ajudar uma pessoa necessitada. Apanhou o velho casaco, decidida,  mas não sem uma pontinha de apego. Ele lhe servira por muitos anos. Presenciara muitos acontecimentos em sua vida. Mas não tinha lugar no seu guarda-roupa, estava ocupando espaço.
    Mary saiu para o vento gelado da manhã. Apertou a blusa fina contra o corpo e correu até o ponto de ônibus em uma tentativa de se esquentar. Quando o ônibus chegou, estava começando a tremer. Lá dentro estava confortável. Tirou o livro da bolsa e voltou à página marcada. A heroína iria receber a notícia da doença do amado.
   Quando se deu conta, tinha passado seu ponto, iria chegar atrasada outra vez.
    O próximo ponto ficava em frente a igreja, teria que andar alguns quarteirões na manhã gelada, pensou. Ao saltar do ônibus, para sua surpresa, percebe que está acontecendo um bazar de roupas. Seus olhos são imediatamente atraídos para um casaco usado, mas conservado, que se encontra na ponta de uma arara.  Examina a carteira, tem alguns trocados, pechincha com a vendedora e sai dali confortavelmente aquecida pelo " velho" novo casaco. Afinal, perder o ponto não tinha sido em vão.
   Em casa, com mais tempo, examina melhor a peça. Boas costuras,  feito em lã dupla, com forro de cetim. Puído em um cotovelo e com a marca da alça da bolsa da antiga dona no ombro esquerdo e um rasgo no forro, mas no geral  ainda servia. Tinha se ajustado perfeitamente, parecia ser feito sob medida, afinal não encontrou etiqueta, talvez tivesse sido removida.
  Era uma garota habilidosa, dois retalhos de camurça nos cotovelos, uma pequena cerzida, uma boa lavada e o ferro bem quente, ficou como novo, pelo menos para ela.
   Foram juntos a muitos lugares naquele inverno, até a uma peça de teatro e a um museu, novas experiências.
   Quase no final do inverno, enquanto passeava pelo centro da cidade, olhando algumas vitrines, percebeu que era observada, olhos a seguiam no meio da multidão como se a reconhecessem  de há muito tempo. Uma antiga colega de escola, uma vizinha...Não, tinha certeza que não conhecia a moça que a observava.
   Tânia afastou-se e embarcou em um táxi que estava no ponto. Não conhecia a moça, mas apesar das pequenas modificações tinha certeza que era seu velho casaco.
   Um sentimento de posse subiu à sua garganta, mas ele parecia muito bem cuidado pela nova dona,  até parecia mais novo.
   Apesar da temperatura confortável no interior do táxi, apertou mais os braços em torno do corpo.

sexta-feira, 10 de março de 2017

Transideral

No ocaso, 
pendurada no horizonte.
Surge a estrela brilhante
refletindo a luz de outra.

Dupla persona,
rochosa ou gasosa.
Tentando enganar 
aos amantes e poetas,
que a ela ou a ele 
fazem juras e poemas.



quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Tocaia

        Amarrou o tordilho ao travessão sob a sombra de um eucalipto e dirigiu-se a porta do bolicho pelo caminho poeirento. Passou da luz e do mormaço da tarde para a sombra e o frescor do interior, lá divisou o bolicheiro,  as moscas que esvoaçavam e uma figura oitavada na ponta do balcão de prancha.
        Cumprimentou com um "buenas" e foi respondido pelo bolicheiro, a figura no canto do balcão mal balançou a cabeça coberta pelo chapéu.
        Encostou no balcão e nem foi preciso pedir,  o bolicheiro serviu-lhe um liso de canha  para espantar o calor e passou para a sala dos fundos que funcionava como depósito.
        O homem que não usava esporas não perdeu tempo, aproximou-se , colocou a mão no ombro do recém chegado e sacando da adaga, abriu-lhe um novo sorriso encarnado que ia de uma jugular a outra.
        O sangue misturado  à cachaça escorreu encharcando o lenço branco no pescoço do que morria.
        Seus joelhos dobraram, o corpo rolou pelo chão de terra batida que já absorvia o vermelho escuro do sangue venoso.
        Limpou a adaga nas costas do que já não se mexia, colocou-a na bainha e saiu para a luz e o calor da tarde, deixando o corpo e sobre o balcão, as moedas para sua bebida e de sua vítima.


Glossário:
Tordilho - disse do cavalo de pelagem branca;
Bolicheiro - dono da venda, proprietário do estabelecimento;
Liso de canha - dose de cachaça.

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Rebento

O mundo silencia sob a chuva.
Cheiro de terra, perfume de flor,
vida que brota, fruto do amor.




domingo, 29 de janeiro de 2017

Pequeno Conto Zen

Em um templo perdido no Himalaia o discípulo encontra o mestre em um terraço, terminando sua meditação.
Respeitosamente pede licença e pergunta:
 - Mestre, existe uma maneira de mudar o coração de um homem que sofreu por muito tempo?
- Para muitas pessoas o sofrimento funciona como forja, temperando sentimentos e ações, tornando a pessoa mais resistente e equilibrada à interferência do mundo. Mas em alguns casos o coração se torna frio e indiferente.
- Nestes casos mestre, como podemos tocá-lo?
-  Está quase na hora do chá, vá até a cozinha e traga o chá e a manteiga.
Sem questionar o discípulo se afasta.
Alguns minutos depois volta com uma bandeja  laqueada  e ricamente ornada, com um bule fumegante e um pote de manteiga de iaque endurecida pelo frio.
Senta-se  sobre a esteira e espera o mestre, que parece estar em estado contemplativo.
 Após alguns minutos o mestre fala:
- Você notou como  a manteiga estava quando a trouxe da cozinha?
- Sim mestre, estava fria e dura, como uma pedra.
- E como está agora, após alguns minutos sob a luz do sol?
- Já começa a ficar mais amolecida mestre.
- Quando tratamos as pessoas embrutecidas pelo mundo com paciência,  gentileza e atenção seus corações começam a se abrir.
 - Sim mestre!
 - Agora que já é possível, sirva o chá e coloque um pedaço de manteiga.
 O rosto do discípulo iluminou-se em um sorriso, antevendo o desfecho.
Retribuindo o sorriso, o mestre falou:

- A luz do sol e o calor do chá funcionam como a gentileza e a atenção ao aquecer os corações empedernidos, abrindo uma brecha para que o amor e o equilíbrio possam entrar e transformá-los.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Morgana

Vinha pela calçada quase aos saltos, mal  tocava o chão. Finalmente acontecera, numa época de precocidade já se sentia deslocada. Aos 16 anos se apaixonara pela primeira vez. A  maioria das suas amigas já tinha várias aventuras para contar e ela um ou outro "crush" somente.
 Mas agora era para valer, sabia disso, tinha valido a pena a espera. Sentia o rosto arder e o coração aos pulos depois do primeiro beijo.
Era uma garota tímida, bonita mas introvertida, sempre sendo preterida pelas mais ousadas. Em sua opinião, seu nome também não ajudava.  A idéia fora  de sua mãe, Morgana em homenagem  à sacerdotisa do lago, sua personagem preferida na lenda do Rei Arthur, livro que a encantara na adolescência. Rendera-lhe todo o tipo de apelido desde que começara a frequentar a escola. Mas para sua surpresa, ele conhecia a origem do nome e disse que o adorava. Tudo perfeito. Mal podia esperar para chegar em casa e contar para a mãe, sua confidente e melhor amiga.
Sentia as faces cada vez mais quentes. Começou a achar que  as pessoas na rua percebiam  o seu rubor.  Nem respondeu ao cumprimento do porteiro e correu para o elevador.  O calor que sentia agora era sufocante, saiu rapidamente do elevador e percebeu que suas roupas começavam a mostrar manchas escuras. Tirou a mochila e procurou a chave. Notou que o nylon da mochila derretia ao toque de seus dedos.  Desistiu da chave, tocou a maçaneta e a porta se abriu, encontrava-se só encostada, sinal de que a mãe estava no apartamento de uma das vizinhas.
Correu para o interior do apartamento no momento que sua roupa íntima começou a incendiar, logo foi o uniforme da escola que estava em chamas. Aos gritos, sem entender, correu para o banheiro, deixando um rastro de trapos queimando no piso de cerâmica.
 Ao tentar abrir a porta do box  o vidro partiu-se em mil pedaços com um estrondo. Apavorada, entrou e tentou girar o registro, enquanto seu cabelo pegava fogo.
O registro do chuveiro começou a ficar vermelho e dissolver-se como em uma pintura de Dali. Agachou-se em  um canto em pânico, sem saber o que fazer enquanto seu corpo inteiro ardia.

Minutos depois sua mãe volta para casa. Não entende a cena que encontra. A mochila em frente a porta aberta, o chão cheio de cinzas, a porta do box quebrada e um coração em brasas no piso do banheiro.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017