quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

sábado, 25 de janeiro de 2014

Carência Ética

Coincidência ou não, vários filmes lançados em 2013 tem o mesmo tema principal. É o caso do inusitado "Sem Dor, Sem Ganho", de Michael Bay e baseado em uma história real, onde uma quadrilha formada por fisiculturistas seguidores  de um famoso guru da autoajuda, decide subir na vida praticando crimes. No caso de "Blue Jasmine" de Woody Allen, uma socialite, interpretada pela fantástica Cate Blanchett, acostumada a vida de glamour e ostentação,  vê tudo cair por terra quando seu marido é preso por fraudes no sistema financeiro.
Mas o principal representante é , sem dúvida, "O Lobo de Wall Street" de Martin Scorsese. A direção é espetacular e potencializa a brilhante atuação de Leonardo DiCaprio e de todo elenco de apoio, em especial Matthew McConaughey. É provável que DiCaprio tenha, ainda, uma longa carreira como ator, mas dificilmente terá outra oportunidade de uma atuação tão marcante e inspirada, até por que seus próximos papeis serão fatalmente comparados a este.
Fui assistir ao filme sem ter lido as criticas. Sabia que se tratava de mais um filme de Scorsese  e estrelado por DiCaprio. não esperava nada muito diferente de "O Aviador", "Gangues de Nova Iorque", "Os Infiltrados" ou "Ilhado Medo",(citando os mais recentes) excelentes filmes, por sinal, mas que não chegam a fugir de uma estética hollywoodiana. Com poucos minutos de projeção, percebi que não era o caso.Sai da sala chocado, mas de uma forma positiva ao encontrar a juventude e a imprevisibilidade que não via em uma obra de Scorsese desde "Taxi Driver". Como se, aos setenta e um anos, o diretor não mais se importasse com a polêmica que iria causar ou se a plateia sairia chocada depois de assistir ao seu filme, uma de suas marcas em seu início de carreira. Scorsese consegue um efeito arrebatador, talvez mais poderoso que o pretendido por Lars von Trier em "Dogville", inclusive utilizando-se de vários suportes e estratégias de narrativa junto a ótima trilha sonora, o que torna o filme dinâmico, nas suas três horas de duração, e arranca risadas constrangidas e nervosas da plateia.
O filme é uma subversão do mercado e deve ser coroado com o "Oscar", utilizando-se de recursos apropriados da sociedade que apresenta de uma forma nua e crua, como poucas vezes se teve coragem.
Depois  das críticas que li, a maioria escrita por pessoas com maior conhecimento e competência, parece que estou "chovendo no molhado", mas acredito que o século XXI já tem seu principal candidato a "Cidadão Kane", isto é, um filme que se torna a "obra-prima" de um diretor e que representa a essência e os valores da sociedade de seu tempo.


domingo, 19 de janeiro de 2014

Odisseu

Segredos de Odisseu que Homero escondeu...

Do couro do falo de seus colegas mortos,
 curtiu e trançou um anel e
devorou seus corações
 para preservar seus sentimentos. 


domingo, 12 de janeiro de 2014

À vista ou a prazo?

As pessoas não querem mais o fardo de cuidar de si.
Filhos devem ser educados por estranhos, na escola, em creches...
Já basta te-los...
Sua saúde fica a cargo de um "personal trainer" e dos médicos, vitaminas, suplementos...
Seu equilíbrio é responsabilidade do terapeuta, quiçá das drogas que nos deixam felizes artificialmente.
Sua espiritualidade é responsabilidade de padres, pastores, talvez do novo Papa que nos mostrará o caminho para o paraíso, repetindo aquilo tudo que já ouvimos e sabemos, desde 2000 anos atrás.
Ninguém tem tempo... Parar, refletir, olhar seu interior, desvelar-se...
Para que? A felicidade encontra-se numa prateleira. Cartão ou dinheiro? À vista ou a prazo?