Toda vez que
me disponho a escrever sobre uma obra, não tenho a pretensão de fazer uma
análise crítica, no sentido mais restrito, muito menos negativa, não perco meu
tempo depreciando o trabalho que não teria competência para fazê-lo.
Portanto o que apresento aqui sobre o filme “Eduardo e Mônica" vem
carregado de emoções e sentimentos que afloraram após 36 anos. Eu já era mais
velho que o personagem do Renato, mas compartilhava com ele a leve brisa com
frescor de liberdade que soprava logo em seguida a eleição do Tancredo. Vivia,
também, um grande amor e a promessa de que seria pra sempre. Já não andava de
magrela, mas pilotava uma moto, não tão estilosa quanto a da Mônica.
Frequentava as danceterias e curtia a trilha sonora do filme, principalmente
Legião, o que faço até hoje. Já lia poesia e muita literatura, mas vez ou outra
ficava de recuperação como o Eduardo. Nunca aprendi a falar inglês, muito menos
alemão, mas passei duas horas com água nos olhos revivendo uma ótima parte da
minha vida ao acompanhar a improvável história de amor dessa dupla eternizada
na canção da Legião. E é isso que o filme me apresentou: a aceitação do
diferente, o amor improvável que dá sentido à vida. Uma produção competente,
rica nos detalhes, boas atuações que nos entrega um final feliz, tão necessário
em tempos tão sombrios e de tanta desesperança.
Este espaço foi criado para expressar opiniões sobre filosofia, cinema, poesia, literatura, fotografia, viagens e outros tantos assuntos que me interessam... eventualmente atualizado. Caso sinta-se estimulado por algum assunto, post ou imagem, comente, participe, ficarei muito satisfeito. Abraços
quinta-feira, 27 de janeiro de 2022
Eduardo e Mônica
sexta-feira, 3 de dezembro de 2021
Último encontro
Quando a morte chegar
Que venha de azul ou vermelho
Pretinho básico cai bem em festa chique
Não num encontro coloquial
Quando a morte chegar
Que venha sorrindo
Tal qual uma velha amiga
Num encontro casual
quarta-feira, 11 de agosto de 2021
A Lição da Água
Em um mosteiro perdido no Oriente um neófito se
aproxima de um dos mestres e pergunta: - Mestre, por que o cozinheiro está
sempre praguejando e insultando os que estão a sua volta e os que o ajudam?
O Mestre olha para o horizonte por um instante e diz: -
Antes de responder, podes me fazer um favor?
- Claro, Mestre. Responde o neófito.
- Passe pela cozinha e apanhe duas jarras de vidro.
Depois vá até o pântano que fica atrás do mosteiro e encha uma delas com água. Em
seguida, passe pelo poço e encha a outra. Traga-as até aqui.
O neófito se apressa a cumprir o que foi pedido. Logo
está de volta com as duas jarras, uma com água potável e límpida, a outra com
água turva e malcheirosa.
O Mestre então pergunta ao neófito: - De qual das jarras
você escolhe beber?
O neófito prontamente responde: - Da água do poço,
claro.
- Porque? Pergunta o Mestre.
- Por que é pura e não vai me fazer mal.
- Se você beber da outra, o que imagina que lhe
acontecerá?
- Irei adoecer, provavelmente. Responde o neófito.
- Com as palavras, ocorre a mesma coisa. Escolha usar
sempre as que lhe tragam bem estar e harmonia, pra você e para os que lhe
rodeiam.
J M Fernandes
segunda-feira, 10 de maio de 2021
terça-feira, 30 de março de 2021
Resiliência
Por caminhos digitais
encontrei um lugar
um sítio
uma cidade abandonada
ruínas corroídas
repletas de haikais e poesia
a hera já os cobria
de verde, enquanto tudo ruía
mesmo assim
a Arte resistia