quarta-feira, 25 de março de 2015

Todos

Se fôssemos todos filósofos...
uma de duas coisa sucederia,
ou o mundo endireitava, ou acabaria...





sexta-feira, 13 de março de 2015

Ilusão

Este poema é piegas
como a maioria o é.
Pensei que te conhecia.
Mas nada sabia.

A imagem da minha paixão
foi criada e idolatrada.
Um dia ruiu, caiu ao chão.
Cinzas, poeira, destruição.





domingo, 8 de março de 2015

quarta-feira, 4 de março de 2015

Poesia Cotidiana II



* Recolhido do Pasquim do Ferreira, que faz as vezes de cardápio do Bar do Ferreira em Brasília, DF.



sábado, 28 de fevereiro de 2015

Yoguini

Ela tinha procurado as aulas por indicação de uma colega do trabalho. Conversavam durante uma pausa para um cafezinho e a colega exaltava os benefícios obtidos desde o começo das aulas, algumas semanas antes.
No princípio achou tudo muito estranho e diferente. A colega havia comentado que não se tratava de religião ou uma seita, mas percebeu que haviam vários rituais a seguir e ficou desconfiada. Mas já que estava ali resolveu entrar de vez e ver no que dava. Se não gostasse, era só não voltar. Para piorar a colega de trabalho havia faltado a aula, justamente naquele dia. Sentindo-se perdida, deixou que a voz do mestre a conduzisse.
Ao término da aula, sentiu-se muito bem e revigorada. Atribuiu à novidade. Gostara de toda a aula, pranayamas, asanas, mas principalmente do yoganidra, o relaxamento realmente funcionara. Sentia-se leve, quase flutuando. Voltou para casa com um sorriso no rosto.
Logo que entrou, o marido e os filhos notaram a diferença e comentaram, entre gracejos, que a nova seita havia lhe feito bem. Tentou, inutilmente, explicar não se tratar de uma seita, muito menos uma religião, apesar de levar à reflexão e incentivar o autoconhecimento. Pura perda de tempo.
Gostava dos pranayamas e nos asanas descobriu uma flexibilidade que nunca imaginou possuir. Percebeu, também, um aumento de libido, que não passou despercebido em casa. Mas esperava o final da aula por sua parte preferida, o yoganidra. Sempre ao iniciar o mestre pedia que mentalizassem um desejo ou intensão, e repetindo-o por três vezes. Nunca entendeu essa parte, mas sem questionar seguia as orientações e, vinha-lhe, invariavelmente à mente a palavra “felicidade”. Ao longo do tempo, repetidamente a frase materializava-se diante dos seus olhos fechados, antes de entrar em profundo relaxamento: “desejo ser feliz”!
Encarava como uma afirmação, ou confirmação, já que se considerava feliz. Adorava a família, o marido atencioso, os dois filhos educados e bem criados e o emprego onde já trabalhava há muito tempo e era respeitada e gozava do reconhecimento dos superiores e dos colegas por seu profissionalismo.
Assim os dias, semanas e meses se passaram ela cada vez mais satisfeita com sua rotina, agora aditivada pelas aulas de yoga.
A cada início de yoganidra ainda era a mentalização sobre o desejo de felicidade que lhe ocorria, o que atribuía à afirmação do sentimento que tinha, grata por tudo que recebia.
Os filhos, agora crescidos, saíram de casa para estudar em universidades distantes e estavam, cada vez mais envolvidos com suas vidas. E a sua seguia seu agradável ritmo rotineiro, até uma manhã. O marido acorda e, durante o café, comunica-lhe que está indo embora pois se cansou da rotina do casamento. Ela fica olhando para a xícara de café preto que ainda fumega enquanto ele pega a mala recém arrumada e sai pela porta.

Ela permanece sentada por mais trinta, quarenta minutos, uma hora, olhando para a xícara com o café, que agora jaz frio.

 Até que um sentimento de imensa felicidade começa a invadi-la...


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Aforisma II

"A liberdade de um náufrago em uma ilha deserta, só é comparável ao seu desamparo."



domingo, 22 de fevereiro de 2015

Aforisma

"A erudição é uma arma tão poderosa que, ao ignorante, só resta a violência."