quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Autonomia e Gravidade

Não sei se sincronicidade (conceito Junguiano) existe mas ultimamente tenho tido motivos para acreditar que sim. Tantas coincidências tem me ocorrido que é quase impossível ser mero acaso. Talvez já estivessem acontecendo, mas não estivesse desperto para percebê-las. A última ocorreu hoje. Conversando com um colega comentei sobre um dos textos mais famosos  de Kant (Resposta à Pergunta: Que é esclarecimento), o que me levou a lê-lo novamente. Em seguida, recebi um e-mail de um terapeuta que escreve em um blog que costumo visitar e o texto (Ilusão e fumaça) tratava do mesmo assunto (autonomia). Mais tarde fui ao cinema, um dos meus hobbys preferidos, para relaxar depois de longo dia. Ai começa a viagem: escolhi, em razão do horário e da sala em que estava passando, o filme "Gravidade" de Alfonso Cuarón ("Labirinto do Fauno" onde é um dos produtores junto a ). Saí do cinema impressionado, não só pela boa direção e atuação dos atores (os manjados Sandra Bullock e George Clooney), mas pela mensagem subliminar que, acredito, captei nas entrelinhas da narrativa, diga-se de passagem, tensa e diferenciada escolhida pelo diretor. Será "coisa da minha cabeça"?  Não sei. Estarei encontrando justificativas para ligar os três episódios? O fato é que a personagem principal padece de um trauma causado pela morte prematura de uma filha (de uma forma estúpida) que, possivelmente, é razão por trás da escolha em fazer parte da missão a que se submeteu, já que fica claro que não morre de amores pelo espaço (ao contrario de seu parceiro, Clooney) e seu desconforto é visível. Durante toda a história, ela é posta a prova em situação de absoluto risco mas na primeira parte sua segurança fica a cargo do companheiro de missão, que parece adaptado ao ambiente, cabendo a Ryan(personagem de Bullock), ser arrasta pelo espaço, que entrega seu destino e as decisões a outro. Em determinado momento, sofre mais uma perda, e agora se vê completamente sozinha, tendo que se responsabilizar por todas as decisões e por sua sobrevivência. Passa inclusive, metaforicamente, por uma espécie de forja onde é literalmente "temperada" e, de um útero de aço, sai para o mar de onde renasce e começa a andar com as próprias  pernas, passos trôpegos é verdade, mas na direção que ela escolheu (autônoma). Boa viagem...


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