É interessante observar um casal
apaixonado. A forma como abdicam da própria autonomia em prol da vontade do
outro impressiona quem não está sob o efeito desta droga formidável.
Kant responsabiliza a preguiça e a covardia pela
submissão da vontade do indivíduo. Não se ateve a este caso em que,
voluntariamente, este entrega a direção da sua vontade a outro, e na maioria
das vezes, mutuamente.
É claro que Kant não estava
preocupado com isto.
Mas é uma força poderosa e
instintiva que, talvez tenha a função de perpetuação da espécie, mas quando
descontrolada, pode levar a ruína e destruição como tenta alertar-nos Eurípides
em sua tragédia, onde a paixão renegada de Medéia leva-a vingança contra o
amado e a destruição de tudo que lhe era mais caro.
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